Semana passada fui a Brasília para uma reunião bastante informal, e, por isso, na minha bagagem existia apenas uma muda de roupas para o dia seguinte, e pelo porte da reunião, estava trajando um jeans.

Algumas horas depois de chegar à terra de JK e de apreciar a bela arquitetura de Niemeyer, recebi um telefonema informando que por conta de um imprevisto, precisaria representar meu chefe numa reunião, num órgão do governo.

E agora? Foi a primeira coisa que pensei. Não haveria problema algum de representá-lo tecnicamente, afinal, ele não teria feito esse pedido se entendesse que não teria capacidade para tal, mas eu não tinha a roupa apropriada.

É fato que ninguém esperava que eu tivesse um terno na bagagem, mas eu deveria ter algo melhor que um jeans. No mínimo uma muda de roupa social.

Ainda que agora tudo seja muito óbvio, quando fiz minha mala, pensei apenas no que estava programado. Esse foi meu grande erro. Deveria ter contado com um imprevisto. Fato inesperado que poderia ser bom, como por exemplo, um jantar mais requintado onde o jeans da reunião não combinaria com o ambiente do restaurante.

Como o importante é aprender com o erro, divido aqui com vocês esse meu aprendizado.

E agora, o golpe de mestre. Você provavelmente está pensando que isso tudo é óbvio o bastante e que se eu não fui inocente, fui burro. Ledo engano. Fui vítima do óbvio. Da certeza incorreta. Usei padrões anteriores para prever o futuro.

Explico. Uma vez por mês participo dessas reuniões em outros estados e a rotina se repete. Chegamos num dia, participamos de algumas reuniões, no final do dia jantamos em algum lugar agradável para papearmos e, no dia seguinte, somos trancados numa sala para definirmos estratégias para o próximo mês.

Portanto, se concordar comigo, esteja (SEMPRE) preparado. E considere essa preparação no conceito mais amplo e mais genérico possível. Vale a preparação sobre a roupa, sobre o tempo, sobre o conteúdo, sobre as pessoas, sobre o local, sobre a cultura ….