Essa eu aprendi com o meu filho. No meio de um jogo, ele se irritou por não conseguir completar o desafio proposto e parou de brincar. Com o objetivo de estimular sua persistência, perguntei se ele havia desistido de tentar, e foi quando ele me surpreendeu com a resposta de que não havia desistido e sim mudado de idéia.
Achei fantástico! Ainda que acredite que ele tenha respondido isso apenas para se livrar do sermão que poderia surgir naquele momento, ele me fez refletir sobre algo que muitas vezes fazemos até sem perceber: abandonar as coisas.
Muitas vezes precisarmos abortar um projeto, uma idéia por conta das circunstâncias, mas não precisamos desistir. O ideal é realmente mudar de idéia naquele momento.
De forma prática. Imagine que você teve uma boa idéia sobre como reduzir custos em determinada atividade. A idéia é boa, você fez as contas e o saldo é positivo pois gerará uma redução de 15% nos custos atuais e com apenas 3 meses o investimento inicial se pagará. Ocorre, porém, que no momento atual, sua empresa não dispõe desse capital. É muito comum que numa situação como essa a pessoa abandone definitivamente sua idéia.
Outro exemplo é você criar uma estratégia e, ao apresentá-la ou discutí-la com colegas de trabalho, perceber uma lacuna, algo que você não tinha contemplado no projeto. Em função do tempo investido na elaboração da estratégia e do golpe da falha descoberta, você desiste, joga fora seus planos.
Na reflexão que fiz, entendi que não podemos desistir. Temos mesmo é que mudar de idéia. Seja isso esperar mais um pouco (mudar a idéia do tempo), seja alterar o conceito (mudar a idéia da concepção) ou até mesmo mudar a forma (mudar a idéia de exposição).
Muitos artistas, escritores e arquitetos já revelaram em entrevistas que possuem um bloco ou uma gaveta com idéias temporariamente esquecidas. São projetos incompletos, que aguardam por um momento de inspiração, por uma oportunidade de mercado ou por uma melhor fase econômica. Na minha interpretação, eles estão exatamente mudando de idéia. Não desistiram delas. Não abriram mão de suas idealizações.
Que tal experimentar? Afinal, você não precisa desistir de suas crenças … apenas mudar de idéia para tentar esse novo modelo.
Coincidência ou não?! Esse texto me fez lembrar o que você me disse na sexta, que não devemos abandonar ou desistir de algo por conta das circunstâncias, ou seja, se temos uma idéia por mais que pareça difícil de realizar, por que não buscarmos outros meios? E como foi dito no texto, podemos mudar de idéia, ou seja, mudar a forma de conduzir. Realmente é importante arriscarmos, experimentarmos, porque senão nunca saberemos se teria dado certo ou não.