enquanto isso, na hora de dar o feedback …

logo-clapa_limpo
É comum ver gestores quase que desesperados quando o chega o momento de apresentar seu feedback para a equipe.

Como não é algo novo, posso dizer que já vi e entendi bastante a esse respeito e, arrisco aqui, alguns palpites sobre as causas e, sugiro também, alguns cuidados importantes que podem ajudar quem se sente inseguro.

A prova de que as pessoas fogem dessa ferramenta é que a maioria das empresas precisou formatar uma série de rotinas e regras para que os empregados recebessem seus feedbacks.

Entendo que feedback é algo que precisa fazer parte de nossas rotinas, tanto pessoais, como profissionais. É importante que possamos evidenciar para as pessoas o que esperamos, como esperamos, a razão pela qual esperamos e como nos sentimos.

No âmbito profissional, com todas as metas que precisam ser cumpridas e resultados que precisam ser entregues, o feedback é um norteador de grande relevância. A equipe precisa (e tem o direito de saber) o que se espera dela, em que tempo e a que custo. Precisa entender como será avaliada e também os riscos envolvidos.

Já sabemos que o que é importante para uma pessoa não é necessariamente relevante para outra. O que agrada uma pessoa nem sempre agrada a outra. E, se gosto não se discute, objetivos profissionais devem ser amplamente discutidos.

E aí identifico o primeiro ponto: clareza na determinação dos objetivos a serem cumpridos. Foram bem definidos? Mais que isso, foram compreendidos? Sabe-se o que fazer, para quando fazer, o motivo de fazer e o resultado final esperado?

E, a partir daí, como uma bola de neve, tudo se arrasta, fazendo sentido que a maioria entre em pânico quando chega a hora do feedback.

Passamos então para o segundo ponto: acompanhamento. Está sendo informado sobre o andamento dos trabalhos? Se está sendo feito de modo adequado, do jeito esperado? Fatores comportamentais estão sendo discutidos? Muitas vezes o trabalho está tecnicamente impecável, mas está gerando problemas com outras áreas ou colegas. E como está o rendimento? E a qualidade?

E, de forma resumida, passamos para o terceiro e último ponto: o feedback final. Esse é o momento que a atividade já foi (ou deveria ter sido) encerrada. Então o gestor já tem todo o histórico e os resultados obtidos. Os resultados serão medidos e um percentual de atingimento será gerado. Mas e quanto ao profissional? Foi um bom trabalho? Superou as expectativas ou deixou a desejar? Quais os motivos? Não poderiam ter sido corrigidos durante o processo? E agora? Segue assim mesmo, demite, promove?

Insisto que se há pânico na hora do feedback é porque essas etapas foram descumpridas. Pior, foram evitadas.

Seja franco com sua equipe. Converse, explique, apresente razões, demonstre os indicadores, justifique as urgências, questione comportamentos. Muitos acreditam que ser franco não é possível. Discordo. O que não é possível é ser grosseiro, não ter ética ou faltar com a educação. Não recomendo também falar de “achismos”. Use dados e fatos.

Certa vez aprendi uma técnica que gosto e pratico: o F.I.M. (Fato, Impacto, Mudança/Manutenção). Desde que aprendi isso não encontrei dificuldades em apresentar feedbacks. Digo claramente o que aconteceu (fato), o que foi causado (impacto) e o que precisará ser mudado (se foi ruim ou deixou a desejar) ou mantido (se correspondeu ou superou às expectativas).

Funciona mais ou menos assim: ao invés de reclamar que a pessoa está desmotivada, dizer (considerando esse exemplo) que constantemente, nas reuniões, a pessoa faz comentários negativos sobre as metas traçadas (fato) e com isso, há um desconforto na equipe, criando preocupações desnecessárias (impacto) e que você está à disposição para entender suas preocupações, auxiliando-a no atingimento das metas e que espera que esse comportamento não volte a ocorrer nas reuniões de equipe (mudança).

Isso é claro, é direto e de fácil compreensão. Permite que se alinhe e se ajuste as ideias e percepções. Oferece direção. Apresenta os melhores caminhos. Esclarece dados. Facilita!

Como diria a equipe de comissários da Gol, “você já sabe, mas não custa lembrar” … O feedback é individual e, o feedback formal, deve contar com um ambiente sossegado e com um período de tempo reservado para tal, sem interrupções. Por favor, “mantenha seu celular desligado”.

Pratique. Quanto mais exercitar, melhor será. Terá mais espontaneidade e cumprirá melhor sua função.

Para terminar, pense no que seus empregados devem estar dizendo por aí (e que é título de um livro da Editora Sextante – Richard L. Williams): “Preciso saber se estou indo bem!“.

ladrões de tempo

ladrões de tempoTempo é algo muito importante. Isso não é novidade alguma e muitos já até relacionaram tempo e dinheiro, mas é incrível como as pessoas continuam não valorizando.

Como meu foco aqui é o ambiente corporativo, encontrar exemplos de desperdício do tempo é uma tarefa bem fácil.

Nesses últimos anos, esse tema não tem saído da minha cabeça. Existem semanas repletas de situações onde meu valioso tempo é furtado constantemente. Perco meu gostoso tempo com a família, fico sem meu inteligente tempo de estudos e vejo desaparecer tempos de produção, de entrega, de valor.

Nessa era moderna, temos muitas atividades para cumprir e rotineiramente nos esforçamos para fazer a coisa certa, mas não conseguimos evitar as longas reuniões, os telefonemas e conversas sem propósito e intermináveis. Temos também os treinamentos, os modernos workshops e as convenções.

É claro que tudo isso é importante e até mesmo fundamental no mundo dos negócios. Nas reuniões se discutem os temas urgentes ou planejam ações futuras. Os telefonemas fecham acordos e confirmam informações. Workshops, treinamentos e convenções trazem aprendizados, consolidam conhecimentos e proporcionam integração de grupos.

O problema está na falta de cuidado com o tempo.

Isso é curioso, afinal, existem pautas de reunião e agendas de treinamento, tudo marcado em minutos parecendo que tudo foi cronometrado.

A questão é que não se respeita o tempo alheio. Quem convoca uma reunião, além de se preocupar com a pauta, precisa estar certo de que solicitou a presença de quem realmente é necessário e não de todos os possíveis envolvidos. O responsável por um treinamento precisa considerar o tempo que as pessoas estarão dedicadas, exigindo temas importantes, palestrantes competentes e agenda adequada. Num workshop ou convenção, é preciso lembrar que tiramos pessoas de seus lares e precisamos oferecer experiências superiores, que compensem a dedicação de seus participantes.

Quem participa também precisa fazer sua parte. Precisa estar presente, ser atuante, fazer valer o tempo que está se investindo. Seja questionando, aprendendo, protestando, respondendo ou ensinando.

Sigo nessa campanha e toda vez que me permitem, ofereço feedback aos “donos” dos eventos. Destacando os que cuidam do tempo com respeito e solicitando mais atenção àqueles menos cuidadosos com esse assunto.

Se concordar, faça isso também. Vamos ganhar mais tempo! Vamos conquistar mais! Vamos ser mais!

não vá ao mercado com fome

Não vá ao mercado com fome

Você com certeza já ouviu esse conselho de nutricionistas e economistas. Todos preocupados com suas compras além do necessário, seja porque vai comer mais do que necessita ou gastar mais do que deveria.

Agora replico essa ideia para o nosso meio corporativo e sugiro que não faça nada com a “fome“ de resolver ou de acabar.

Cada vez mais somos cobrados por prazos. Os tempos para resolução estão cada vez mais curtos. E do outro lado, a atenção, paciência, planejamento e concentração vão desaparecendo.

É preciso evitar contratar um profissional porque ele é o melhor dentre os candidatos – se ele não é o que você precisa, não faça a contratação.

Não podemos aceitar uma ideia pelo simples fato de desejar o termino de uma reunião – se a ideia não é adequada, gere a discussão mesmo que isso implique em mais tempo de conversa.

Grande erro é permitir que se entregue um produto ou serviço com baixa qualidade pois é o que o foi possível naquele prazo – se não está perfeito, negocie novos prazos, mas não entregue desse jeito.

Por diversas vezes escutei a frase “é o que tem para hoje!” com a ideia de que devemos nos satisfazer com essa ou aquela situação. Não concordo. Não estou falando de meteorologia, onde por mais que eu desejasse sol, choveu. Estou falando de atitude, de decisão, de comprometimento.

Enquanto profissionais, precisamos honrar os cargos que temos. Se analistas, que façam as melhores análises, se assistentes, que prestem o melhor apoio, se faxineiros, que apresentem a melhor limpeza. E se gerentes, que garantam uma gestão de pessoas adequada ao negócio, garantindo uma entrega saudável dos resultados.

Uma atitude rápida e impensada agora pode gerar grande problema amanhã, com demorada e complexa solução.

Usando o exemplo da contratação do “menos pior”, podemos gerar uma equipe insatisfeita, saída de colaboradores importantes e alcançar ainda, uma perda significativa no clima organizacional.

Por isso, esteja sempre bem alimentado de boa informação, inovação, tecnologia, conhecimento e competência. Tudo isso permitirá ótimas compras corporativas.