c’est la vie

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Está começando agora sua vida profissional? Está retornando ao mercado de trabalho? Não sabe como planejar sua trajetória corporativa?

Nesse momento você tem a certeza de que está empregado e certeza alguma sobre seu futuro na empresa?

Nada de pânico. Ainda está tudo sob controle. Você está começando agora e como tudo é novo, o desconforto é natural. Logo você conhecerá melhor as pessoas com quem trabalha, entenderá melhor os fluxos e políticas da empresa e tudo ficará mais agradável.

Agora um ponto importante: você não tem tempo a perder!

Comece a traçar seus objetivos imediatamente. O que pretende nessa empresa? Onde quer estar no próximo ano? Na mesma atividade, em outro cargo, em outra unidade da empresa ou, até mesmo, fora dela? Você tem interesse na área que está ou foi apenas uma alternativa para ser admitido na empresa? Você quer maiores responsabilidades ou nesse momento sua vida fora da empresa não permite maior dedicação? O salário atual atende suas necessidades?

Com essas e outras respostas, você deve traçar seus objetivos e, a partir deles, criar sua lista de tarefas. A palavra tarefa pode assustar, remeter aos tempos de escola, mas é isso mesmo, tarefa.

Imagine que você pretenda crescer na empresa e é uma multinacional francesa do setor financeiro. Talvez conste na sua lista um curso de francês, uma faculdade ou pós na área de exatas, alguns cursos complementares (calculadora HP12C, financiamento etc) ou até mesmo uma viagem para a França para conhecer um pouco mais da cultura.

Com a lista pronta (espero que tenha muitos itens), chegou a hora de priorizar os itens. Você pode utilizar diversos parâmetros: tempo, importância, impacto, custo etc. Usando os exemplos acima, você pode se matricular num curso de francês imediatamente pois são dois dias por semana e com um custo que seu orçamento comporta. Economizar uma quantia mensalmente para sua viagem à França, nas próximas férias e no ano seguinte, começar a faculdade de economia. Você também pode batalhar uma bolsa de estudos e começar pela faculdade, deixando o curso de francês para o ano seguinte. Quem sabe falar francês logo seja uma estratégia para se comunicar melhor com os gringos e com isso, ter um leque maior de oportunidades?

Agora é partir para a ação. Não espere, não protele, não procrastine … seja qual for a palavra que escolher, se não significar AGORA, esqueça. O amanhã é nunca. Você tem que começar a fazer. Voltando ao nosso exemplo, você tem que buscar as opções de cursos de francês, verificar localização, mensalidade, duração, referências e tudo mais pertinente ao tema. Você já pode descobrir datas dos vestibulares, entender como são os processos de bolsa de estudos da faculdade ou do governo. Ainda pode se informar sobre passaporte, necessidade de visto consular, preços de passagens e de croissants.

Talvez, com o resultado dessa última pesquisa, você reordene a prioridade. Não há problema, mude a ordem, mas siga com as ações. Se optou por fazer primeiro o curso de francês, comece. Matricule-se e bons estudos. Dedique-se! Não faça por fazer, faça pelo propósito que o fez tomar a decisão de fazer o curso.

E siga em frente. Pode ser devagar, mas não pare. Revise constantemente a lista. Inclua alguns itens, altere o que for necessário, mas não desista.

Desanimou? Permita-se. Entenda o motivo e renove suas energias! Pense no que planejou para o seu futuro e na satisfação que terá quando conquistar.

quero mudar – e agora?

quero mudar e agora

Engraçado como é fácil a decisão de querer mudar. É comum desejarmos mudar de carro, cabelo, roupa, decoração e até mesmo de emprego. As vezes uma simples discussão nos faz ter essa vontade. Outras vezes, um mal desempenho numa tarefa ou até mesmo um desentendimento qualquer.

Quem já não passou por isso, não é mesmo? E também sabemos que isso, quase sempre, é uma vontade que dá, e passa. É a simples vazão de um desgosto. É o querer mudar.

Mas e quando essa vontade não passa e se torna uma certeza?

Geralmente as pessoas começam pensando em salários, cargos, estabilidade, localização, benefícios etc. Concordo que seja um bom (e importante) começo, mas o que ocorre é que costuma haver aí um congelamento. Um abandono da ideia. É a hora que muitos desistem. Deixam de querer fazer.

E como fazer diferente então? Como realmente mudar?

Se você já ponderou, refletiu e entendeu que mudar é o que realmente precisa, é hora de colocar a mão na massa. Sim! Pode começar a se mexer. E pode até mesmo começar a mudar sua postura diante dos fatos (inclusive a sua postura agora: sente-se direito).

Sugiro primeiro entender o que o motivou na decisão de mudar. Muitas vezes nos envolvemos em pensamentos confusos e apesar de desejarmos sair por não aguentarmos mais aquela rotina, dizemos que precisamos mudar pois precisamos ganhar mais, ou vice versa. Seja franco com você. Reflita. Entenda. Seja um advogado de acusação para você. Experimente se contestar.

Definido o ponto, o que resolveria essa situação? De forma bem prática, se você precisa ganhar mais, o que resolveria seria um aumento ou um emprego que tenha melhor salário. Se você não aceita seu gestor, a solução está em mudar de equipe ou de empresa. No seu caso, o que é?

Destaco esse ponto pois muitas vezes não é preciso mudar de empresa para mudar algo. Pode participar de um processo interno, pode conversar com o RH para conhecer as alternativas possíveis – muitas empresas contam com programas de recolocação interna – ou até mesmo negociar com seu gestor mudanças importantes em suas atividades.

Quando converso com as pessoas elas costumam me dizer que “isso não existe”. Que seu chefe não permitiria que participasse de um processo ou que o RH não ajuda em nada etc. Se isso for verdade, você também já tem uma resposta: você precisa mudar de empresa. Mas se isso é só uma interpretação sua, puro “achismo”, é hora de você se organizar para ter uma boa conversa com os responsáveis.

Preparar para uma conversa? Sim! Isso é muito importante. Imagine que seu desejo seja ir trabalhar numa outra unidade da empresa pois todos dizem que o gestor de lá é um excelente profissional. Na conversa com seu chefe, para ser mais “simpático” você explica que o problema é que você está trabalhando numa unidade muito longe de sua casa, gastando muito com combustível e seria bom ser transferido para a outra unidade. Até aí parece tudo bem organizado, certo? Mas e se o seu chefe lhe oferecer reembolso dos gastos com combustível? Ok, você não terá mais esses custos, mas e a sua vontade de trabalhar na outra unidade? Como fica? Portanto, muito cuidado com o que você quer, o que você precisa e o que você vai dizer.

Agora e se a solução estiver fora. No “mercado”, nesse mundo de concreto espalhado pelas grandes metrópoles. Como ser visto? Como ser encontrado? Onde procurar?

O primeiro e óbvio passo é preparar um bom currículo. Existem muitos sites orientando a forma correta de organizar um bom CV, mas não esqueça de fazer um orientado ao que busca, destacando as experiências relevantes para seu novo propósito. Seja bem objetivo no formato impresso (quem seleciona não tem muito tempo) e bastante detalhado nos digitais (softwares fazem buscas por palavras e quanto mais detalhado, maiores suas chances).

Atualize os sites de empregos e se cadastre nos sites das empresas que você tem afinidade. É trabalhoso, por isso, dedique em tempo diário para tal. E atenção para a digitação, evitando erros de português.

E chegou a hora de acionar sua rede. Deixe seus amigos e pessoas de confiança cientes dessa sua decisão. Eles podem saber de vagas com seu perfil, mas, podem também acreditar que você está bem empregado e que não teria interesse em ouvir uma proposta.

Dependendo do seu nível hierárquico, talvez seja válido buscar um profissional de recolocação. Uma decisão delicada pois precisará escolher bem esse profissional ou empresa. Como tudo, existem os bons e os que apenas querem tirar proveito da necessidade alheia. Faça pesquisas e peça referências.

Na paralela, entendo que você precisará seguir duas linhas:  a primeira, é realmente se dedicar na empresa que está. Se deseja sair, não é hora de desmotivar, de fazer menos ou pior. Ao contrário, é hora de fazer tudo muito bem feito. É uma questão de respeito com a empresa e gestores que confiaram aquele emprego e atividades à você. É ética.

A segunda é buscar mais capacitação. Rever livros e estudos. Fazer novos cursos. Aprimorar idiomas. Uma outra língua, inclusive, costuma ser o que diferencia um candidato de outro com mesmo nível técnico.

Oportunidades surgirão e com elas grandes aprendizados. Nos processos em que não tiver sucesso, saberá os pontos que podem ser aperfeiçoados. Nos que tiver, poderá efetivar ou não a mudança depois de avaliar todo o contexto.

E como diz a música “esperar não é saber … quem sabe faz a hora e não espera acontecer”.

Faça sua hora. Prepare sua mudança. Sucesso !