vagas não tão vagas assim

vagas nao tao vagas assim-

Empresas oferecem vagas, candidatos se oferecem para as vagas. Vagas não são preenchidas. Então você pensa que os candidatos não estão preparados, mas, muitos candidatos escutam que estão com uma qualificação acima do que a vaga necessita.

E agora? É arriscado então melhorar sua formação e investir em cursos de especialização? Mas não é isso que se espera dos profissionais, que estudem e que se aperfeiçoem?

Com as ofertas de cursos, graduações e até MBAs para todos os gostos e bolsos, não seria básico e obrigatório concluí-los?

As empresas que dizem que você é muito qualificado na seleção e o recusam, ao mesmo tempo, após sua tão esperada contratação, pedem (algumas até exigem) que você melhore sua formação e cursos técnicos. Se graduou, querem uma pós, se tem pós, querem MBA, se tem MBA, querem MBA internacional.

Há um desequilíbrio no processo. A estrutura está desorganizada. E acima de tudo, o mercado está desorientado. Muitos desempregados, poucas vagas e muitas exigências desencontradas.

Não discordo dos profissionais de RH que receiam contratar alguém com boa qualificação pelo risco de que logo mudem de emprego. É realmente um risco, mas, é preciso apostar.

É louco também esse processo. O candidato não arruma emprego, e quando arruma, passa a ser assediado por outras empresas. É o que isso? A grama do vizinho que é sempre mais verde? Então é um profissional de RH reclamando do outro? Ou um deles é preguiçoso e não avalia desempregados, apenas empregados?

Sei que é um assunto polêmico, mas polêmica gera reflexão e reflexão altera padrão. E quem sabe as coisas não se ajustam? Vale discutir, discordar, complementar, reclamar, pensar … só não vale deixar do jeito que está.

chegou a hora.

Decidiu mudar, fez o que tinha que fazer, um ano acabou, outro começou, tudo mudou e parece que para melhor. E no meio disso tudo, surge a tão esperada entrevista de emprego.

Muita euforia e ansiedade, mas tenha calma – você precisa analisar bem o cenário que se apresenta.

Não necessariamente esse convite é interessante para você. Pode ser para uma empresa ou outra área com uma imagem ruim, ou que exija de você horários incompatíveis com sua rotina ou até mesmo que novos gastos não compensem o aumento salarial proposto. Muitas vezes as informações sobre o novo gestor sejam negativas e talvez não seja interessante realizar a mudança agora. Analise tudo e (novamente) com calma.

É importante destacar que ter calma não é ser lento. Você provavelmente tem prazos para responder sobre seu interesse e isso também precisa ser bem observado.

Considerando que há interesse em participar do processo, chegou a hora dos estudos. Sim, você tem um dever de casa e quanto mais se dedicar, melhores serão suas chances. Você precisa buscar informações sobre a nova área ou nova empresa. Tem que saber como é a imagem da empresa, onde ela fica, como são os acessos, trânsito, benefícios, tipo de administração, resultados recentes e tudo mais que conseguir, seja através da internet, no site da empresa, das pessoas conhecidas que trabalham lá etc. Vale até buscar sites de reclamação e ranking de órgãos de defesa do consumidor para entender a situação da empresa.

Se possível, passe pela empresa ou área, veja como as pessoas saem do prédio, como se relacionam, como se vestem (pode haver um código de vestimenta) e sinta o clima. Isso pode ser um fator importante na sua decisão.

E vai chegando a hora da entrevista. Nesse momento você já tem mais informações do seu pretenso empregador e estará pronto para uma conversa sobre os negócios da nova área ou empresa.

Agora é a hora de estudar você. Revisar suas experiências profissionais, seus cases de sucesso e também suas ações que não foram bem sucedidas e respectivos aprendizados. Pense no que cada uma dessas vivências profissionais agregou no seu dia-a-dia, tornando você um profissional melhor. Pense como suas habilidades e competências podem fazer diferença para quem está pensando em contratá-lo. Também mantenha-se atualizado sobre os últimos acontecimentos no Brasil e no mundo. Assista telejornais, leia jornais (disponíveis na internet e sem custo) para que possa comentar (mesmo que superficialmente) sobre algumas manchetes.

Uma dica que facilita muito esse processo é fazer uma redação sobre sua trajetória. Escreva algo como um discurso, começando por sua apresentação pessoal (tantos anos, solteiro/casado, tantos filhos, onde mora etc) e depois, onde começou sua carreira, como foi seu progresso, seus destaques e aprendizados em cada uma das experiências. Leia, releia, altere, ajuste, melhore, simplifique, objetive, dê maior destaque – faça quantas alterações forem necessárias até que fique satisfeito. E leia (talvez de frente para o espelho) muitas vezes até que mentalize uma ordem cronológica. Note que a idéia aqui não é que você decore nada. DECORAR NUNCA! É apenas oferecer a você maior articulação na fala, na organização das idéias, não deixando passar pontos importantes que seriam de grande valia na hora de se apresentar.

Isto feito, sugiro que agora prepare um cartão, com tópicos (por exemplo: apresentação, experiência 1 onde comecei e aprendi tal coisa, experiência 2 onde me destaquei por tal coisa, etc). Esse você utilizará na véspera, para recapitular seu discurso. Você já tem sua trajetória organizada e os pontos apenas servirão de referência. Afinal, na hora H, não terá roteiro, cartão ou dica. Será você apresentando suas características e competências.

Como a entrevista depende muito do ritmo do entrevistador, você precisará encaixar seu discurso às  falas dele. Imagine que o entrevistador diga algo como “Fale-me um pouco de você e de sua trajetória profissional até aqui” – perfeito, é só dizer o que você já organizou em sua mente. Mas e se ele pedir para se apresentar primeiro, falar um pouco de quem você é, o que faz nas horas livres? Simples. Use apenas a primeira parte e espere a nova pergunta.

Lembre-se que você não inventou nada, apenas se preparou para deixar as idéias bem organizadas e com uma cronologia agradável e adequada ao novo objetivo.

Outro ponto importante é que não existe fórmula mágica. Cada processo é único. E em cada um deles ganhamos mais força e preparo para os próximos.

Por fim, escolha uma roupa adequada e vá com entusiasmo. Transmita sua vontade de fazer parte daquele time. Mostre brilho nos olhos. Explique como pretende contribuir para alavancar os resultados. E o mais importante: esteja, de corpo e alma na entrevista. Foque naquele momento.

Ah, você já sabe, mas não custa lembrar, desligue seu celular. Desligue! Não coloque no mute, pois até a vibração poderá desconcentrá-lo.

Bons estudos, ótima entrevista e aproveite as oportunidades !!!!  

chegou a hora_final

 

quero mudar – e agora?

quero mudar e agora

Engraçado como é fácil a decisão de querer mudar. É comum desejarmos mudar de carro, cabelo, roupa, decoração e até mesmo de emprego. As vezes uma simples discussão nos faz ter essa vontade. Outras vezes, um mal desempenho numa tarefa ou até mesmo um desentendimento qualquer.

Quem já não passou por isso, não é mesmo? E também sabemos que isso, quase sempre, é uma vontade que dá, e passa. É a simples vazão de um desgosto. É o querer mudar.

Mas e quando essa vontade não passa e se torna uma certeza?

Geralmente as pessoas começam pensando em salários, cargos, estabilidade, localização, benefícios etc. Concordo que seja um bom (e importante) começo, mas o que ocorre é que costuma haver aí um congelamento. Um abandono da ideia. É a hora que muitos desistem. Deixam de querer fazer.

E como fazer diferente então? Como realmente mudar?

Se você já ponderou, refletiu e entendeu que mudar é o que realmente precisa, é hora de colocar a mão na massa. Sim! Pode começar a se mexer. E pode até mesmo começar a mudar sua postura diante dos fatos (inclusive a sua postura agora: sente-se direito).

Sugiro primeiro entender o que o motivou na decisão de mudar. Muitas vezes nos envolvemos em pensamentos confusos e apesar de desejarmos sair por não aguentarmos mais aquela rotina, dizemos que precisamos mudar pois precisamos ganhar mais, ou vice versa. Seja franco com você. Reflita. Entenda. Seja um advogado de acusação para você. Experimente se contestar.

Definido o ponto, o que resolveria essa situação? De forma bem prática, se você precisa ganhar mais, o que resolveria seria um aumento ou um emprego que tenha melhor salário. Se você não aceita seu gestor, a solução está em mudar de equipe ou de empresa. No seu caso, o que é?

Destaco esse ponto pois muitas vezes não é preciso mudar de empresa para mudar algo. Pode participar de um processo interno, pode conversar com o RH para conhecer as alternativas possíveis – muitas empresas contam com programas de recolocação interna – ou até mesmo negociar com seu gestor mudanças importantes em suas atividades.

Quando converso com as pessoas elas costumam me dizer que “isso não existe”. Que seu chefe não permitiria que participasse de um processo ou que o RH não ajuda em nada etc. Se isso for verdade, você também já tem uma resposta: você precisa mudar de empresa. Mas se isso é só uma interpretação sua, puro “achismo”, é hora de você se organizar para ter uma boa conversa com os responsáveis.

Preparar para uma conversa? Sim! Isso é muito importante. Imagine que seu desejo seja ir trabalhar numa outra unidade da empresa pois todos dizem que o gestor de lá é um excelente profissional. Na conversa com seu chefe, para ser mais “simpático” você explica que o problema é que você está trabalhando numa unidade muito longe de sua casa, gastando muito com combustível e seria bom ser transferido para a outra unidade. Até aí parece tudo bem organizado, certo? Mas e se o seu chefe lhe oferecer reembolso dos gastos com combustível? Ok, você não terá mais esses custos, mas e a sua vontade de trabalhar na outra unidade? Como fica? Portanto, muito cuidado com o que você quer, o que você precisa e o que você vai dizer.

Agora e se a solução estiver fora. No “mercado”, nesse mundo de concreto espalhado pelas grandes metrópoles. Como ser visto? Como ser encontrado? Onde procurar?

O primeiro e óbvio passo é preparar um bom currículo. Existem muitos sites orientando a forma correta de organizar um bom CV, mas não esqueça de fazer um orientado ao que busca, destacando as experiências relevantes para seu novo propósito. Seja bem objetivo no formato impresso (quem seleciona não tem muito tempo) e bastante detalhado nos digitais (softwares fazem buscas por palavras e quanto mais detalhado, maiores suas chances).

Atualize os sites de empregos e se cadastre nos sites das empresas que você tem afinidade. É trabalhoso, por isso, dedique em tempo diário para tal. E atenção para a digitação, evitando erros de português.

E chegou a hora de acionar sua rede. Deixe seus amigos e pessoas de confiança cientes dessa sua decisão. Eles podem saber de vagas com seu perfil, mas, podem também acreditar que você está bem empregado e que não teria interesse em ouvir uma proposta.

Dependendo do seu nível hierárquico, talvez seja válido buscar um profissional de recolocação. Uma decisão delicada pois precisará escolher bem esse profissional ou empresa. Como tudo, existem os bons e os que apenas querem tirar proveito da necessidade alheia. Faça pesquisas e peça referências.

Na paralela, entendo que você precisará seguir duas linhas:  a primeira, é realmente se dedicar na empresa que está. Se deseja sair, não é hora de desmotivar, de fazer menos ou pior. Ao contrário, é hora de fazer tudo muito bem feito. É uma questão de respeito com a empresa e gestores que confiaram aquele emprego e atividades à você. É ética.

A segunda é buscar mais capacitação. Rever livros e estudos. Fazer novos cursos. Aprimorar idiomas. Uma outra língua, inclusive, costuma ser o que diferencia um candidato de outro com mesmo nível técnico.

Oportunidades surgirão e com elas grandes aprendizados. Nos processos em que não tiver sucesso, saberá os pontos que podem ser aperfeiçoados. Nos que tiver, poderá efetivar ou não a mudança depois de avaliar todo o contexto.

E como diz a música “esperar não é saber … quem sabe faz a hora e não espera acontecer”.

Faça sua hora. Prepare sua mudança. Sucesso !

compromisso e responsabilidade

Compromisso e responsabilidade. Essas duas palavras têm grande valor para mim. Desde pequeno fui incentivado a honrar meus compromissos e a ser uma pessoa responsável.

Confesso que nunca parei para pensar no que exatamente significavam essas duas palavras visto que elas sempre fizeram parte da minha rotina. Mesmo na minha juventude, nos momentos de rebeldia, sabia exatamente a falta grave que estava cometendo quando não era responsável e me preocupava com as possíveis conseqüências.

Hoje me preocupa muito o que vejo por ai. Pessoas que buscam emprego e não têm compromisso algum com a empresa. Exigem pagamento, benefícios, horas extras e todos os direitos, mas se recusam a oferecer trabalho em troca. Se dizem conscientes de seus direitos, mas demonstram ignorar totalmente seus deveres.

No segmento de callcenter visualizamos esse mau comportamento profissional com mais facilidade. Jovens, em sua maioria, que querem trabalhar, mas desde que não seja nos finais de semana de sol, desde que não seja no carnaval, desde que não seja no dia da grande festa … desde que … uma lista infinita.

Não pensem que desconheço as variáveis de idade, juventude, gerações X e Y, etc. Pondero tudo e mesmo assim, sinto falta da responsabilidade e do compromisso.

Refletindo e ampliando o tema, lembrei de um documentário exibido na TV sobre a triste realidade dos professores desse país, que são agredidos, em todos os sentidos, por seus alunos e respectivos pais.

E outro problema: os mais novos não têm mais respeito pelos idosos. Não cedem seus assentos, não deixam passar à frente. E para que os mais “cansados” pudessem ter atendimento prioritário, precisamos que um ato de educação e cidadania fosse transformado em lei.

E a roda vai girando. As coisas piorando.

Ser moderno e atualizado não desabilita a necessidade de sermos pontuais. Fazer mil coisas ao mesmo tempo não nos autoriza a sermos desatentos. Ambição não permite falta de ética.

Tenho a crença de que valores e princípios não são negociáveis.

Precisamos, com urgência, mudar esse rumo que tenta ser natural.

Para concluir, faço um pedido a você: observe as pessoas a seu redor. Faça sua avaliação. Suas equipes são responsáveis? Seus gestores honram seus compromissos? Seus filhos entendem as consequências de seus atos? E seus alunos? Professores? E como sua empresa trata seus Clientes?