mudar ou não mudar? eis a questão!

mudar ou não mudar

– Quero mudar e não consigo.
– Por qual motivo você quer mudar?
– Tenho que mudar, não dá mais para continuar desse jeito.
– O que o faz pensar assim?
– Ah, sei lá, nada dá certo. Tenho que mudar.

Conversa bem comum, não?!?! Muita gente fala de mudança, de necessidade de mudar e ao mesmo tempo, muitos não tem ideia do que querem e mais ainda, não tomam atitude alguma.

Mudar, por definição, não é algo simples, e sem um objetivo claro aliado à falta de ação, tudo fica bem pior.

Ao pensar numa mudança, entenda primeiramente, a necessidade, o fator motivador. Qual a razão para a mudança. Identifique o que se pretende com a mudança. Avalie o quanto está preparado para a mudança. Veja também se tem, nesse momento, a energia e disposição necessárias.

No dicionário Aurélio, mudança significa: ato de mudar; troca; alteração, modificação, transformação (física ou moral); variação. No contexto abordado aqui, estamos falando de transformação, correto? Seja transformar um comportamento ou uma situação.

Podemos falar de mudar nossa forma de se comunicar, sendo mais comunicativo e marcante ou de uma situação de sedentarismo, sem atividade física. Como temos modelos definidos em nossas mentes, ao decidirmos mudar, precisaremos ir um pouco mais fundo.

Exemplificando. Se sei que agora precisarei falar em público e sou uma pessoa tímida, opto por mudar. Até aí, parece simples, há uma necessidade e um objetivo bem definido. Mas como mudar, digamos, uma característica tão pessoal?

Alguns acreditam que nascemos assim. Tanto quanto altos ou baixos, introvertidos ou extrovertidos e nada mudará isso. Outros acreditam que querer é poder: basta querer que você consegue. E você, no que acredita?

Penso que podemos mudar sim. A questão é que exigirá de nós grande esforço. Num treinamento o palestrante associou o processo de mudança ao de reciclagem. Concordei. Assim como para reciclar vidro, este é moído e submetido a altas temperaturas, para nós também não é simples. A boa notícia é que o resultado é compensador.

Analise com calma o que quer, como e quando quer. Planeje, trace estratégias, determine as etapas e os resultados esperados em cada uma delas. Quando decidir, aja. Tome uma ação. Comece, dê o primeiro passo.

Agora é praticar, exercitar e evoluir. 

recrutamento interno

recrutamento interno

Escrevi um anúncio bem elaborado. Coloquei todas as habilidades e competências que queria.

Não procurava gente comum. Gente boa não bastava! Mas também não queria esses talentos fabricados em faculdades renomadas ou MBAs famosos. Queria gente viva, com emoções, que sabe falar pausadamente mas que também sabe se exaltar. Gente polida mas não tolhida. Gente que sabe, e sabe tanto, que sabe até como errar.

Procuro coragem e ousadia. Um pouco de medo tudo bem, se for pouco, afinal o medo nos preserva. Mas preservar do que? Bom, preservar por definição é algo bom, então, preservemos.

Tem que ter muita experiência. Opa !?!? Experiência ou vivência? Acho que vivência. Isso, quero gente que tenha vivido muita coisa. Que tenha desejado, que tenha conseguido, que tenha perdido, que tenha aprendido, que tenha se frustrado e também gargalhado. Gente que sentiu na pele e na alma. Que tenha transbordado.

Ah, não posso esquecer de um outro detalhe: procuro gente rica. Sim, riqueza é essencial. Alguém cheio de memórias de valores inestimáveis. Que colecione viagens e aventuras. Muitos rabiscos, bilhetes e cartas não terminadas. Uma pessoa cercada de amores e amizades raras. Risadas inconfundíveis completam esse acervo.

Ora, também tem que ser famoso. Já ia me esquecendo da fama. O anonimato que me desculpe, mas fama é fundamental. Que seja famoso por seus atos, por sua lealdade, por sua pontualidade e jeito engraçado de falar. Que ria como ninguém. Que seja conhecido por falar sozinho, por não chorar em filmes da sessão da tarde ou tomar banho de chuva. Ou por nada disso.

A lista é grande. Será que vou assustar e não haverão candidatos?

Talvez seja bom ter um pouco de prudência e parar por aqui. Mas prudência é bom? Me soa como algo limitador. Uma desculpa aceitável para não tentar, não ousar, não arriscar. É … Deixo a prudência para outros. Hoje não vou querer, obrigado.

Quero mais, um tanto mais. Mas que seja simples, sincero e direto. Que queira, que faça e que busque.

Quero mesmo. Quero essa vaga! Decidi. Vou me preparar para ela. Sei que o recrutador é implacável e tanto assim precisarei ser para ser aprovado. Mas eu quero e vou conseguir.

E você? Quem está selecionando para seu futuro?  

aprendendo a dizer não …

 aprendendo a dizer não

Certamente você cresceu ouvindo “não faça isso”, “não coma isso”, “não vá lá” e até mesmo “não diga isso de novo”. Foram diversas negativas que provavelmente te decepcionaram e geraram grande frustração.

O que talvez você não saiba é que o “não” pode ser uma poderosa arma de defesa. E você precisa usá-la com mais freqüência.

Pense rapidamente em tudo que já fez e gostaria de não ter feito. Pense em tudo que aceitou e não gostaria de ter aceitado. Pensou? Então tenho certeza que se pudesse voltar no tempo, teria usado essa milagrosa partícula negativa.

Algumas vezes estamos ocupados e acabamos aceitando uma ou outra interrupção para não gerar desconfortos. Diga não! E agora que vem a diferença: e diga também quando será o melhor momento para falar. Se pedirem para fazer algo que não quer, diga não. E pode complementar avisando que prefere isso ou aquilo. Se te convidarem para ir a um lugar que não quer, diga não. E conte que tipo de lugares gosta de frequentar. Resultado, você não fará algo que não quer e ainda dará informações importantes para os outros.

Naturalmente que algumas vezes optamos por agradar. Isso faz parte e pode ser necessário. Mas isso será uma escolha sua. Será para algumas pessoas e, novamente,  quando for uma vontade sua.

Experimente. E veja como tudo ficará mais simples. E o motivo também é simples: você será a prioridade e, cuidando primeiro de você, poderá cuidar melhor de quem quiser cuidar.

Vamos lá … Solte o NÃO ! NÃO e NÃO !!! 

enquanto isso, na hora de dar o feedback …

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É comum ver gestores quase que desesperados quando o chega o momento de apresentar seu feedback para a equipe.

Como não é algo novo, posso dizer que já vi e entendi bastante a esse respeito e, arrisco aqui, alguns palpites sobre as causas e, sugiro também, alguns cuidados importantes que podem ajudar quem se sente inseguro.

A prova de que as pessoas fogem dessa ferramenta é que a maioria das empresas precisou formatar uma série de rotinas e regras para que os empregados recebessem seus feedbacks.

Entendo que feedback é algo que precisa fazer parte de nossas rotinas, tanto pessoais, como profissionais. É importante que possamos evidenciar para as pessoas o que esperamos, como esperamos, a razão pela qual esperamos e como nos sentimos.

No âmbito profissional, com todas as metas que precisam ser cumpridas e resultados que precisam ser entregues, o feedback é um norteador de grande relevância. A equipe precisa (e tem o direito de saber) o que se espera dela, em que tempo e a que custo. Precisa entender como será avaliada e também os riscos envolvidos.

Já sabemos que o que é importante para uma pessoa não é necessariamente relevante para outra. O que agrada uma pessoa nem sempre agrada a outra. E, se gosto não se discute, objetivos profissionais devem ser amplamente discutidos.

E aí identifico o primeiro ponto: clareza na determinação dos objetivos a serem cumpridos. Foram bem definidos? Mais que isso, foram compreendidos? Sabe-se o que fazer, para quando fazer, o motivo de fazer e o resultado final esperado?

E, a partir daí, como uma bola de neve, tudo se arrasta, fazendo sentido que a maioria entre em pânico quando chega a hora do feedback.

Passamos então para o segundo ponto: acompanhamento. Está sendo informado sobre o andamento dos trabalhos? Se está sendo feito de modo adequado, do jeito esperado? Fatores comportamentais estão sendo discutidos? Muitas vezes o trabalho está tecnicamente impecável, mas está gerando problemas com outras áreas ou colegas. E como está o rendimento? E a qualidade?

E, de forma resumida, passamos para o terceiro e último ponto: o feedback final. Esse é o momento que a atividade já foi (ou deveria ter sido) encerrada. Então o gestor já tem todo o histórico e os resultados obtidos. Os resultados serão medidos e um percentual de atingimento será gerado. Mas e quanto ao profissional? Foi um bom trabalho? Superou as expectativas ou deixou a desejar? Quais os motivos? Não poderiam ter sido corrigidos durante o processo? E agora? Segue assim mesmo, demite, promove?

Insisto que se há pânico na hora do feedback é porque essas etapas foram descumpridas. Pior, foram evitadas.

Seja franco com sua equipe. Converse, explique, apresente razões, demonstre os indicadores, justifique as urgências, questione comportamentos. Muitos acreditam que ser franco não é possível. Discordo. O que não é possível é ser grosseiro, não ter ética ou faltar com a educação. Não recomendo também falar de “achismos”. Use dados e fatos.

Certa vez aprendi uma técnica que gosto e pratico: o F.I.M. (Fato, Impacto, Mudança/Manutenção). Desde que aprendi isso não encontrei dificuldades em apresentar feedbacks. Digo claramente o que aconteceu (fato), o que foi causado (impacto) e o que precisará ser mudado (se foi ruim ou deixou a desejar) ou mantido (se correspondeu ou superou às expectativas).

Funciona mais ou menos assim: ao invés de reclamar que a pessoa está desmotivada, dizer (considerando esse exemplo) que constantemente, nas reuniões, a pessoa faz comentários negativos sobre as metas traçadas (fato) e com isso, há um desconforto na equipe, criando preocupações desnecessárias (impacto) e que você está à disposição para entender suas preocupações, auxiliando-a no atingimento das metas e que espera que esse comportamento não volte a ocorrer nas reuniões de equipe (mudança).

Isso é claro, é direto e de fácil compreensão. Permite que se alinhe e se ajuste as ideias e percepções. Oferece direção. Apresenta os melhores caminhos. Esclarece dados. Facilita!

Como diria a equipe de comissários da Gol, “você já sabe, mas não custa lembrar” … O feedback é individual e, o feedback formal, deve contar com um ambiente sossegado e com um período de tempo reservado para tal, sem interrupções. Por favor, “mantenha seu celular desligado”.

Pratique. Quanto mais exercitar, melhor será. Terá mais espontaneidade e cumprirá melhor sua função.

Para terminar, pense no que seus empregados devem estar dizendo por aí (e que é título de um livro da Editora Sextante – Richard L. Williams): “Preciso saber se estou indo bem!“.

quero mudar – e agora?

quero mudar e agora

Engraçado como é fácil a decisão de querer mudar. É comum desejarmos mudar de carro, cabelo, roupa, decoração e até mesmo de emprego. As vezes uma simples discussão nos faz ter essa vontade. Outras vezes, um mal desempenho numa tarefa ou até mesmo um desentendimento qualquer.

Quem já não passou por isso, não é mesmo? E também sabemos que isso, quase sempre, é uma vontade que dá, e passa. É a simples vazão de um desgosto. É o querer mudar.

Mas e quando essa vontade não passa e se torna uma certeza?

Geralmente as pessoas começam pensando em salários, cargos, estabilidade, localização, benefícios etc. Concordo que seja um bom (e importante) começo, mas o que ocorre é que costuma haver aí um congelamento. Um abandono da ideia. É a hora que muitos desistem. Deixam de querer fazer.

E como fazer diferente então? Como realmente mudar?

Se você já ponderou, refletiu e entendeu que mudar é o que realmente precisa, é hora de colocar a mão na massa. Sim! Pode começar a se mexer. E pode até mesmo começar a mudar sua postura diante dos fatos (inclusive a sua postura agora: sente-se direito).

Sugiro primeiro entender o que o motivou na decisão de mudar. Muitas vezes nos envolvemos em pensamentos confusos e apesar de desejarmos sair por não aguentarmos mais aquela rotina, dizemos que precisamos mudar pois precisamos ganhar mais, ou vice versa. Seja franco com você. Reflita. Entenda. Seja um advogado de acusação para você. Experimente se contestar.

Definido o ponto, o que resolveria essa situação? De forma bem prática, se você precisa ganhar mais, o que resolveria seria um aumento ou um emprego que tenha melhor salário. Se você não aceita seu gestor, a solução está em mudar de equipe ou de empresa. No seu caso, o que é?

Destaco esse ponto pois muitas vezes não é preciso mudar de empresa para mudar algo. Pode participar de um processo interno, pode conversar com o RH para conhecer as alternativas possíveis – muitas empresas contam com programas de recolocação interna – ou até mesmo negociar com seu gestor mudanças importantes em suas atividades.

Quando converso com as pessoas elas costumam me dizer que “isso não existe”. Que seu chefe não permitiria que participasse de um processo ou que o RH não ajuda em nada etc. Se isso for verdade, você também já tem uma resposta: você precisa mudar de empresa. Mas se isso é só uma interpretação sua, puro “achismo”, é hora de você se organizar para ter uma boa conversa com os responsáveis.

Preparar para uma conversa? Sim! Isso é muito importante. Imagine que seu desejo seja ir trabalhar numa outra unidade da empresa pois todos dizem que o gestor de lá é um excelente profissional. Na conversa com seu chefe, para ser mais “simpático” você explica que o problema é que você está trabalhando numa unidade muito longe de sua casa, gastando muito com combustível e seria bom ser transferido para a outra unidade. Até aí parece tudo bem organizado, certo? Mas e se o seu chefe lhe oferecer reembolso dos gastos com combustível? Ok, você não terá mais esses custos, mas e a sua vontade de trabalhar na outra unidade? Como fica? Portanto, muito cuidado com o que você quer, o que você precisa e o que você vai dizer.

Agora e se a solução estiver fora. No “mercado”, nesse mundo de concreto espalhado pelas grandes metrópoles. Como ser visto? Como ser encontrado? Onde procurar?

O primeiro e óbvio passo é preparar um bom currículo. Existem muitos sites orientando a forma correta de organizar um bom CV, mas não esqueça de fazer um orientado ao que busca, destacando as experiências relevantes para seu novo propósito. Seja bem objetivo no formato impresso (quem seleciona não tem muito tempo) e bastante detalhado nos digitais (softwares fazem buscas por palavras e quanto mais detalhado, maiores suas chances).

Atualize os sites de empregos e se cadastre nos sites das empresas que você tem afinidade. É trabalhoso, por isso, dedique em tempo diário para tal. E atenção para a digitação, evitando erros de português.

E chegou a hora de acionar sua rede. Deixe seus amigos e pessoas de confiança cientes dessa sua decisão. Eles podem saber de vagas com seu perfil, mas, podem também acreditar que você está bem empregado e que não teria interesse em ouvir uma proposta.

Dependendo do seu nível hierárquico, talvez seja válido buscar um profissional de recolocação. Uma decisão delicada pois precisará escolher bem esse profissional ou empresa. Como tudo, existem os bons e os que apenas querem tirar proveito da necessidade alheia. Faça pesquisas e peça referências.

Na paralela, entendo que você precisará seguir duas linhas:  a primeira, é realmente se dedicar na empresa que está. Se deseja sair, não é hora de desmotivar, de fazer menos ou pior. Ao contrário, é hora de fazer tudo muito bem feito. É uma questão de respeito com a empresa e gestores que confiaram aquele emprego e atividades à você. É ética.

A segunda é buscar mais capacitação. Rever livros e estudos. Fazer novos cursos. Aprimorar idiomas. Uma outra língua, inclusive, costuma ser o que diferencia um candidato de outro com mesmo nível técnico.

Oportunidades surgirão e com elas grandes aprendizados. Nos processos em que não tiver sucesso, saberá os pontos que podem ser aperfeiçoados. Nos que tiver, poderá efetivar ou não a mudança depois de avaliar todo o contexto.

E como diz a música “esperar não é saber … quem sabe faz a hora e não espera acontecer”.

Faça sua hora. Prepare sua mudança. Sucesso !